quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Harry Potter

Eu não vou, sequer, desculpar-me ou tentar convencer alguém que seja contra (apesar de não ter lido) o mundo que é o Harry Potter.

Mas imaginem-se com nove anos. O Harry Potter não era conhecido, J. K. Rowling era um nome como tantos outros e não dizia nada a ninguém. E era pobre. Coitada, na altura nem devia imaginar. Mas vocês têm nove anos. São uma criança que a essa idade já tinha lido o Diário de Anne Frank (eu sou precoce, eu sei), na segunda classe deu uma tareia aos livros da Enid Blyton (a escritora de contos infantis preferida da minha mãe), já tinha andado a bater nas portas dos armários para tentar entrar em Nárnia e adorava o Senhor dos Aneis. Já para não falar em tantos outros livros. E estão em casa, a ver a Xena a Princesa Guerreira no vosso sofá preferido, quando chega o vosso tio, vindo de uma livraria qualquer, vos entrega um embrulho e diz: 'Olha, vi este livro, li a contra capa e acho que vais gostar'.
Mal eu sabia que estaria a pegar pela primeira vez numa primeira edição do Harry Potter e a Pedra Filosofal.
A capa é aquela toda desenhada, ainda com a ilustração inglesa. 
Ora, uma miúda como eu, que tem uma imaginação que lhe permite ter conversas na sua cabeça de teor que surpreenderia qualquer um, que adora Tolkien, têm de perceber.... Hogwarts e Diagon Alley eram um universo paralelo que me fascinou.
Implorei pelo segundo que, também ele, é uma primeira edição. Anos depois, já eu devia estar nos meus 12 anos, conheci alguém que tinha comprado os livros há pouco tempo. Estava na altura a sair o terceiro.
Depois disso, foram anos, a crescer mais ou menos na companhia do Harry, da Hermione, do Ron, o Dumbledore, o Hagrid, a professora McGonagall, o Sirius e outros.
É impossível explicar a alguém, principalmente gente da minha idade e mais velhos o que é o Harry Potter, o que é crescer, passar pelas aventuras que ele passou a par com o crescimento dele.

A partir daí, foi o fenómeno que se sabe. Eu não costumo ser de modas, mas caramba, na minha cabeça, eu fui quase pioneira!
Claro que a seguir vieram os filmes. Como fan (oh meu deus, estou a usar a palavra F), tive de ir ver. E fiquei desapontada. Claro, qualquer bom apreciador de livros, normalmente fica. O que eu achava mais incrível, é que eu não percebia como é que alguém, que não lesse os livros, percebesse alguma coisa do que se passava na história. E como tal, não entendia como é que tantas pessoas iam ver os filmes. Até que, ano após ano, filme, após filme e livro após livro, percebi. 
Os filmes, que nunca chegando aos calcanhares dos livros, foram melhorando muito e são a única e última coisa que temos para nos agarrarmos ao Harry e a sua luta com o Voldemort.
Sim, podemos reler e rever. Mas isto está a acontecer. Em tempo real. Agora. 
E o filme estreia amanha. E eu estou excitadíssima. 

São mais de 10 anos a adorar uma história e a vivê-la.
E vou ficar triste quando acabar.
É uma espécie de despedida. Não sei explicar.
E não quero saber, podem dizer o que quiserem, mas se um dia tiver filhos, aos 10 a passar para os 11 anos, vou-lhes dar Harry Potter para ler.

Pode não ser uma colecção de valor ou pragmatismo como muitas. A escrita não é, de certeza do nível de um Eça ou assim. Mas é bom. E se vocês evitarem pensar que é um livro para crianças ou que só dizem que é bom porque está na moda: vão gostar. Ou pelo menos vão ler e dizer que não gostaram.

E é isto que tenho a dizer. Estou mortinha por ir ver a primeira parte do último filme. 


Claudia.

1 comentários:

Anónimo disse...

Olá :)

Passei só para te deixar uma beijoca.

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